Alex Fernando André, conhecido como Alex Cassundé, figura central na intermediação do contrato de patrocínio entre o Corinthians e a casa de apostas VaideBet, prestou depoimento à Polícia Civil nesta terça-feira, em São Paulo. Durante 3 horas e 30 minutos, Cassundé foi questionado por membros do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado de São Paulo) e afirmou que não cobrou comissão pelo negócio, alegando que o pagamento de R$ 25 milhões foi oferecido diretamente pelo clube.
O Contato com VaideBet e o Papel do ChatGPT
De acordo com fontes policiais, Cassundé revelou que conheceu a VaideBet após utilizar o ChatGPT, uma ferramenta de inteligência artificial, para obter dicas sobre como encontrar empresas de apostas. A partir da resposta fornecida pelo ChatGPT, ele conseguiu o contato de um sócio da VaideBet e propôs a parceria com o Corinthians.
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Cassundé afirmou que, ao ser questionado pela VaideBet sobre seus contatos no Corinthians, ele se comunicou com Sérgio Moura, superintendente de marketing do clube, que então o conectou a Marcelo Mariano, diretor administrativo do Corinthians. Cassundé alegou que só soube de sua atuação como intermediário quando o contrato foi assinado em janeiro, sem qualquer participação nas operações do maior patrocínio da história do futebol brasileiro.
Defesa e Abertura do Depoimento
Cláudio Salgado, advogado de Cassundé, destacou que o empresário foi chamado a intermediar o contrato em uma fase crítica do processo. Inicialmente, não haveria necessidade de intermediação, mas surgiu a necessidade de regularizar a situação.
Em um depoimento anterior à TV Gazeta, Rubens Gomes, ex-diretor de futebol do Corinthians, declarou que o presidente Augusto Melo havia afirmado que não havia intermediários no acordo. Contudo, dias depois, Melo confirmou o pagamento de R$ 25,2 milhões à empresa de Cassundé.
Cassundé assegurou que seu único contato direto no Corinthians era Sérgio Moura. Ele mencionou ter encontrado o presidente Augusto Melo em duas ocasiões: em uma live na sede da Rede Social Media Design e no dia da eleição do clube, quando cumprimentou Melo pela vitória.
A Polêmica dos Repasses e a Quebra de Sigilo
Sobre os repasses à Neoway, que somam mais de R$ 1 milhão, Cassundé explicou que eram relacionados a um negócio de telemedicina e alegou ter sido vítima de um golpe. Ele afirmou que não abriu Boletim de Ocorrência, pois as conversas sobre essa operação foram “apagadas” do telefone.
Cláudio Salgado esclareceu que não há evidências de corrupção ou repasses ilícitos ao Corinthians. A polícia ainda está investigando a veracidade de prints de conversas que sugerem o envolvimento de uma empresa “laranja” na transação.
O próximo passo da investigação envolve ouvir Felipe de Lacerda Ferreira, dono de uma agência de detetives, que supostamente questionou Edna Ferreira dos Santos, indicada como “laranja” no caso.
Entenda o Caso VaideBet
O contrato entre VaideBet e Corinthians, que previa R$ 370 milhões ao clube e era válido até o fim de 2026, foi rescindido em 7 de junho. A crise começou quando a VaideBet notificou o clube, solicitando esclarecimentos sobre o possível repasse de comissões a uma empresa “laranja”. A Polícia Civil iniciou um inquérito baseado em denúncias de que a Rede Social Media Design teria repassado parte das comissões a uma empresa de fachada.
A última atualização aponta a possibilidade de uma investigação paralela envolvendo a contratação de um detetive particular. Adriana Ramuno, funcionária de um detetive e testemunha no caso, declarou em depoimento que foi contratada para questionar Edna Ferreira dos Santos sobre a Neoway Soluções Integradas.
A empresa de Cassundé, que recebeu apenas R$ 1,4 milhão dos R$ 25 milhões acordados pela intermediação, está sob investigação por supostos repasses a uma empresa fantasma.
Leia mais: “Caso VaideBet: Justiça Exige Celulares de Cassundé e Processo Entra em Sigilo”
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Este artigo foi produzido pela equipe do Blog Corinthians Info, sua fonte de notícias confiáveis sobre o Corinthians.
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