Na última quinta-feira (13), o juiz Paulo Guilherme Amaral Toledo, da 1ª Vara Cível do Foro Regional do Tatuapé, determinou que o Corinthians pague uma dívida de R$ 1.520.819,89 à consultoria KPMG. A decisão estipula um prazo de três dias para que o clube quite o valor, sob pena de ter seus bens bloqueados.

Detalhes da Decisão Judicial

O magistrado determinou não apenas o pagamento da dívida, mas também dos honorários advocatícios. Além disso, o Corinthians tem um prazo de 15 dias para apresentar um recurso contra a decisão. A formalização da citação judicial do clube será seguida pela contagem do prazo de três dias para a quitação do débito.

Se o Corinthians não pagar o valor dentro do prazo, o clube poderá ter bens como veículos e outros ativos penhorados para cobrir a dívida. Essa medida poderá ser aplicada após buscas nos sistemas judiciais.

Entenda o Caso

A KPMG foi contratada em maio de 2021 para ajudar o Corinthians na renegociação de suas dívidas. No entanto, a empresa alegou que não recebeu o pagamento acordado e, por isso, entrou na Justiça para cobrar o valor devido, que inicialmente era de R$ 1.490.967,78, acrescido de R$ 29.852,11 referentes a taxas processuais, totalizando R$ 1.520.819,89.

O ex-presidente do Corinthians, Duílio Monteiro Alves, assinou um documento de confissão de dívida em 30 de dezembro de 2023, comprometendo-se a pagar a quantia até 20 de janeiro deste ano. Como o pagamento não foi realizado, a KPMG decidiu recorrer à Justiça para cobrar os valores.

Tentativas de Cobrança e Documentação

Os advogados da KPMG alegaram que a empresa tentou, de forma amigável, receber a dívida desde o vencimento, mas não obteve resposta do Corinthians. Diversos e-mails enviados entre janeiro e abril deste ano a Rozallah Santoro e Roberto Gavioli, ex-diretores financeiros do clube, também ficaram sem resposta.

A KPMG solicitou que o Corinthians depositasse o valor devido em até três dias. Caso o pagamento não seja efetuado, a consultoria indicou que poderá pedir a penhora de bens do clube.

Contexto e Implicações

O contrato entre o Corinthians e a KPMG foi assinado em 26 de maio de 2021, no primeiro ano da gestão de Duílio Monteiro Alves. O objetivo era auxiliar o clube na renegociação de suas dívidas e na captação de novos recursos financeiros. Naquela época, a dívida do Corinthians havia aumentado 47,7% no último ano de mandato de Andrés Sanchez, totalizando R$ 950 milhões.

Atualmente, o Corinthians apresenta uma dívida total de aproximadamente R$ 2,1 bilhões, sendo R$ 1,4 bilhão referente ao clube, um aumento significativo em relação a 2020. O restante da dívida, R$ 717,8 milhões, corresponde ao financiamento da Neo Química Arena com a Caixa Econômica Federal.

Posição do Ex-Presidente

Duílio Monteiro Alves se pronunciou oficialmente sobre o caso em uma nota. Ele destacou o contexto da contratação da KPMG e os esforços do clube para equilibrar suas finanças.

A situação financeira do Corinthians continua crítica, e a resolução dessa dívida com a KPMG é essencial para evitar complicações legais e bloqueios de bens que podem afetar ainda mais a gestão do clube.

Por meio de nota oficial, Duílio Monteiro Alves comentou a matéria da ESPN sobre a dívida com a KPMGLeia o comunicado:

Sobre a notícia de que a KPMG entrou com um processo contra o Corinthians, a respeito de dívida renegociada por mim no fim do meu mandato, gostaria de esclarecer os seguintes pontos.

Existe um falso debate aqui. Fim de mandato também é mandato. Assim como assinei o contrato com a Ezze Seguros no último mês do meu mandato, para que as receitas ficassem à disposição do meu sucessor, assinei também renegociações. Só que elas não foram levadas a sério por quem preferiu gastar R$ 130 milhões no time que empatou ontem sem sequer separar R$ 1,5 milhão para uma empresa que foi fundamental no acordo que fizemos em 2022 com a Caixa. E pelo que vejo, tampouco tentaram acerto com os credores que mandaram mensagens e não tiveram resposta. Aí é um modelo de gestão que eles escolheram, o de deixar estourar na Justiça.

Relembro a todos que, durante a transição de gestão, a atual diretoria foi informada de tudo, inclusive pelos profissionais que permanecem nos departamentos jurídico e financeiro do Corinthians. Entre uma gestão e outra, o Corinthians fez uma transição elogiada pela própria diretoria atual e manteve a memória (inclusive eletrônica) de todas as suas obrigações. Só que eles parecem priorizar outros pagamentos. Aliás, está havendo investigação policial sobre isso.

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