Contratada em maio de 2021 para auxiliar na renegociação de suas dívidas, a KPMG processa o Corinthians para cobrar R$ 1.490.967,78 que alega não ter recebido. Além disso, a empresa solicita mais R$ 29.852,11, referentes à carta de citação, somando um total de R$ 1.520.819,89.

De acordo com o processo, que teve acesso exclusivo pela ESPN, o ex-presidente do Corinthians, Duílio Monteiro Alves, assinou um documento de confissão de dívida em 30 de dezembro de 2023, comprometendo-se a pagar a quantia devida até 20 de janeiro deste ano em uma única parcela.

No entanto, o pagamento não foi realizado, forçando a KPMG a buscar a Justiça para garantir o recebimento.

A KPMG destacou em seus argumentos que, após o vencimento da dívida, tentou, sem sucesso, resolver o problema de forma amigável, mas não recebeu nenhuma resposta do clube, o que resultou na necessidade de ajuizar a ação. Diversos e-mails enviados a Rozallah Santoro e Roberto Gavioli, então diretores financeiros do Corinthians, ficaram sem resposta.

A KPMG agora solicita que o Corinthians deposite a quantia devida dentro de três dias, caso contrário, a empresa poderá indicar bens do clube para penhora.

O contrato original entre as partes foi assinado em maio de 2021, durante o primeiro ano de gestão de Duílio Monteiro Alves.

Na época, o Corinthians enfrentava um aumento significativo em suas dívidas, que chegaram a R$ 950 milhões no final do mandato de Andrés Sanchez.

A KPMG foi contratada para ajudar na renegociação dessas dívidas e na busca por novos recursos para o clube.

Atualmente, a dívida total do Corinthians é de cerca de R$ 2,1 bilhões, incluindo R$ 1,4 bilhões de dívidas do clube e R$ 717,8 milhões referentes ao financiamento da Neo Química Arena com a Caixa Econômica Federal.

Em resposta à situação, Duílio Monteiro Alves emitiu uma nota oficial defendendo suas ações, destacando que todos os compromissos financeiros foram informados à nova gestão durante a transição e criticando a falta de resposta da atual administração às tentativas de negociação da dívida. Leia o Comunicado:

Sobre a notícia de que a KPMG entrou com um processo contra o Corinthians, a respeito de dívida renegociada por mim no fim do meu mandato, gostaria de esclarecer os seguintes pontos.

Existe um falso debate aqui. Fim de mandato também é mandato. Assim como assinei o contrato com a Ezze Seguros no último mês do meu mandato, para que as receitas ficassem à disposição do meu sucessor, assinei também renegociações. Só que elas não foram levadas a sério por quem preferiu gastar R$ 130 milhões no time que empatou ontem sem sequer separar R$ 1,5 milhão para uma empresa que foi fundamental no acordo que fizemos em 2022 com a Caixa. E pelo que vejo, tampouco tentaram acerto com os credores que mandaram mensagens e não tiveram resposta. Aí é um modelo de gestão que eles escolheram, o de deixar estourar na Justiça.

Relembro a todos que, durante a transição de gestão, a atual diretoria foi informada de tudo, inclusive pelos profissionais que permanecem nos departamentos jurídico e financeiro do Corinthians. Entre uma gestão e outra, o Corinthians fez uma transição elogiada pela própria diretoria atual e manteve a memória (inclusive eletrônica) de todas as suas obrigações. Só que eles parecem priorizar outros pagamentos. Aliás, está havendo investigação policial sobre isso.

Enquanto isso, o processo corre o risco de ser extinto se a KPMG não corrigir a categorização de alguns documentos anexados ao processo no prazo de 15 dias, conforme determinação do juiz Paulo Guilherme Amaral Toledo.


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